Criatividade: chave da economia

O século XXI já começou. Reconhecê-lo através de decisões políticas é um alento. A criação da Secretaria de Economia Criativa, pelo Ministério da Cultura, aponta para este sentido. Ao criar esta estrutura em nível federal, abre-se uma janela para reconhecer e mapear a cadeia produtiva desta indústria, que movimenta mais de R$ 380 bilhões no País (16,4% do PIB). Outra expectativa é que se replique nos Executivos estaduais o debate sobre a importância de buscar a sustentabilidade econômica dos projetos culturais, a partir do reconhecimento do impacto econômico que geram.

No estado do Rio, a Secretaria de Cultura lançou recentemente o edital Rio Criativo. Serão selecionados 28 projetos culturais para que sejam incubados por até 18 meses. Os dois núcleos, no Rio de Janeiro e em São João de Meriti, darão consultoria nas áreas jurídica, de elaboração de planos de negócios, planejamento estratégico, além de capacitação em empreendedorismo. Concorrem projetos de audiovisual, arquitetura e restauro, artesanato, artes cênicas, música, artes plásticas, cultura popular, TV, design, radio, gastronomia, jogos, moda, mercado editorial, educação, software aplicado à economia criativa, turismo, publicidade e eventos.

Como reconhece a própria ministra, os incentivos fiscais na área da cultura acabaram por criar uma distorção e uma dependência dos artistas. Em entrevista ela afirmou que a lei não permite um trabalho permanente: “os artistas vivem de elaborar “n” projetos para ver em qual edital vai emplacar. Uma exposição que vai durar um mês, o artista fica três em pré-produção, depois em pós-produção, fazendo aquilo render o máximo. Isso não é vida”, exemplifica.

Nosso País - e o Rio de Janeiro é a síntese disso - precisa aliar cultura e economia. Aqui, a chamada indústria criativa tem destaque na área do audiovisual, de artes visuais e software e emprega 2,4% dos trabalhadores formais do estado (82 mil pessoas). Além disso, somos os mais bem remunerados, com renda média 64% superior à média fluminense. A Economia Criativa pode crescer ainda mais se profissionalizada. Já estamos construindo caminhos para isso.