Mais lenha na fogueira de Cabral

            Após as turbulências geradas pelas crises com os bombeiros e com os profissionais da educação, um polêmico Projeto de Lei enviado pelo executivo que foi discutido e “barrado” pelos deputados, na semana passada, tornou pública mais uma rebelião no governo Sérgio Cabral. Não se trata de nenhum novo movimento grevista, mas de um ato de rebeldia provocado pelas bancadas dos partidos aliados que votaram contrário ao projeto que permite a administração de unidades de saúde por Organizações Sociais e entidades sem fins lucrativos.

           

             O desconforto é tamanho que Cabral estuda a possibilidade de obrigar os deputados licenciados, Carlos Minc e Rodrigo Neves, ambos do PT e que ocupam as secretarias mencionadas, a deixarem seus cargos para votar a favor do projeto e, se tudo der certo, retornar ao governo. 

            A ameaça à maioria governista na assembleia também ocorre em outras bancadas. O PDT, que comanda duas secretarias estaduais, possui 11 deputados, sendo que dois deles votam contrário e outros três se omitem na “hora H”. PSB e PSC, que administram uma secretaria cada, somam sete deputados, mas quase sempre garantem apenas três votos para o governo.

            O Presidente Paulo Melo convocou ás pressas uma reunião fechada com alguns deputados aliados, que acontece no final da tarde de hoje. Será ele o bombeiro a apagar mais este incêndio?

Deputados do PT e do PCdoB votaram contra a orientação de Cabral em pareceres sobre o projeto examinados em cinco comissões da Alerj. O PT comanda duas secretarias estaduais (Meio Ambiente e Assistência Social) e o PCdoB comanda a Fundação Ceperj, responsável pela formação dos servidores do estado. Integrantes de outras bancadas aliadas, em especial os parlamentares do PMDB, ficaram irados com a atitude dos membros dos dois partidos e pediram alguma punição.
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