CONVERSA COM A PRESIDENTA 12/11/2013

JORGE HAILE DOS SANTOS LIMA, 53 anos, trabalhador avulso da Capatazia do Porto de Aratu, em Candeias-BA - A CODEBA iniciou a recuperação de uma ponte que interliga um pier neste Porto e o serviço está parado há mais de 3 meses; a entrega da Via Expressa ligando a BR-324 ao Porto de Salvador [estava] prometida para julho de 2013. Considero um absurdo que tais fatos possam acontecer num setor tão importante, onde há um grande esforço por parte de V. Excelência.

Presidenta Dilma - Jorge, é importante registrar que já investimos R$ 40 milhões na recuperação física e de equipamentos do Porto de Aratu, fato que não acontecia há 40 anos. No caso dessa ponte, por exemplo, a Companhia de Docas do Estado da Bahia (Codeba), informou que no início da obra foi identificada uma corrosão mais profunda que a detectada inicialmente, o que exigiu uma intervenção mais demorada. Mas a obra não diminuiu o trabalho no terminal onde ela ocorre. Pelo contrário, a movimentação de cargas cresceu 5% em relação a 2012, ultrapassando 1 milhão de toneladas. No caso do Porto de Salvador, no dia 1 de novembro, inauguramos a via expressa que liga o Porto à BR-324, exclusiva para veículos de carga. Segundo a Codeba, a entrega foi adiada devido às fortes chuvas ocorridas de maio a agosto, mas a via já está em operação, beneficiando a população de Salvador. Além dessas melhorias, Jorge, os Portos de Aratu e de Salvador, juntamente com o de Paranaguá (PR), integram o segundo lote do processo de concessões de áreas portuárias que o governo federal realiza com base no novo marco regulatório dos portos, em vigor desde junho último. Isso significará novos investimentos, agora também da iniciativa privada, o que demonstra a importância que o governo atribui a esses portos.

 Presidenta, é verdade que as rádios AM poderão passar a transmitir em FM? Qual é a vantagem dessa alteração? (*)

Presidenta Dilma - Sim, é verdade, nós autorizamos a migração das emissoras de rádio que transmitem em AM para transmissão em FM, se desejarem. Concedemos essa autorização atendendo a um pedido das próprias emissoras, pois a transmissão em FM tem melhor qualidade sonora, sofre menos interferências e tem menos chiado. O sinal AM pode sofrer interferência de celulares, de carros e até dos eletrodomésticos que usamos em casa. Essa migração significa, portanto, um salto tecnológico que vai ajudar a manter e até aumentar a audiência dessas rádios. Para muitas emissoras pequenas, esse avanço pode significar, inclusive, sua sobrevivência. Outra vantagem dessa mudança é que essas rádios vão ter melhores condições de transmitir sua programação por meio de celulares, computadores e tablets, o que vai ajudá-las também a conquistar as novas gerações. Portanto, a mudança vai beneficiar milhões de ouvintes e também grande parte das quase 2 mil rádios AM que existem hoje no Brasil. Elas são um verdadeiro patrimônio do nosso País, porque levam diversão, cultura, informação e prestam diversos serviços aos ouvintes. Por isso, precisamos criar as condições para que se modernizem e continuem a chegar à população. A mudança, como disse, não será obrigatória, a própria rádio escolhe se quer mudar ou não para a faixa FM, e ela tem um ano para decidir. Quem optar pela mudança, vai poder fazer suas transmissões nas duas faixas, AM e FM, por até cinco anos. Sabemos que algumas rádios que atuam em áreas muito extensas, por exemplo, provavelmente não desejarão fazer a migração para FM, pois se o fizerem irão reduzir a sua abrangência. Isso porque a transmissão em FM, embora gere um som de melhor qualidade, tem um alcance menor que o sinal de AM. Um caso desses é o da Rádio Nacional da Amazônia, que está presente nas casas dos brasileiros nos lugares mais remotos, levando música e informação ao nosso povo. Ela atinge mais da metade do território brasileiro, porque chega a toda a região Norte e também ao Maranhão, Piauí, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Com todo esse alcance, ela presta um serviço importantíssimo para o nosso País, integra a Região Amazônica e aproxima as comunidades que vivem nessa região ao resto do Brasil. Em muitas dessas comunidades, só a rádio chega. Tenho a certeza de que, com a tecnologia avançando, cada emissora vai encontrar seu caminho, continuando a prestar um enorme serviço à população e ajudando a integrar, cada vez mais, este nosso enorme País.

(*) Esta pergunta, que precede a Mensagem, foi formulada pela Secretaria de Imprensa para melhor entendimento do conteúdo.

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