Tomada de decisões

As oportunidades para o crescimento individual, nas empresas e nas comunidades aumentaram nos últimos anos. Contribuiu para isso o ambiente de maior previsibilidade quanto ao futuro fruto de uma década de desenvolvimento econômico, melhoria da renda e inflação sob controle.  Com as circunstâncias mais favoráveis, floresceu em todo o país o espírito empreendedor de milhões de brasileiros. No entanto, nem todos conseguiram ou tiveram condições de aproveitar esse cenário. As razões esse fato precisam ser entendidas para serem evitadas. No momento, porém, temos que observar os casos de sucesso e tentar extrair deles ensinamentos que sirvam de caminho para todos.  Nesse sentido, penso que a compreensão sobre como se toma uma decisão pode ser tão importante quanto as motivações que levam decidir. A velha máxima de que "querer é poder", uma vez colocada sob perspectiva adequada, pode ser superada por outra mais verdadeira: "decidir é poder". Neste sentido, os adiamentos da tomada de decisão, a procrastinação, a incapacidade de escolher, podem ser a chave para entender o fenômeno do sucesso pessoal, da mobilidade pessoal.

A pesquisadora Camile Maria Costa Corrêa, do Laboratório de Neurociência e Comportamento da USP, deu dicas em uma entrevista recente sobre atitudes que ajudam na tomada de decisões melhores: ser capaz de prever eventos, raciocinar sobre as próprias decisões e exercitar a introspecção. Essas atitudes - argumenta a pesquisadora - servem para identificar valores e objetivos a curto e longo prazo, ajudando a construir critérios sobre suas necessidades e motivações. Outra dica importante é deixar a “intuição” falar, o que não significa agir impulsivamente, pois a força da intuição está na experiência. Em nossa casa, no trabalho e mesmo nas situações cotidianas, a tomada de decisões deve ser exercitada e melhorada. É verdade que decidir pode requerer coragem, inteligência e talento, mas, sobretudo, é uma atitude que exige sempre bom senso, algo que, felizmente, está disponível a todos.