Educação financeira: quem sabe tem

            Na hora de comprar um carro, investir em um banco o dinheiro que economizou ou adquirir um imóvel, a prudência na tomada da decisão é a principal cautela que os consumidores devem considerar. Assim falam os especialistas em orçamento familiar. Agora, com as notícias sobre crises econômicas estampadas nos jornais todos os dias, a recomendação volta à tona com mais destaque. O problema é que nem todos conseguem mudar suas atitudes em relação ao dinheiro de uma hora para outra. Presos a conceitos equivocados sobre como lidar com os recursos de que dispõem, muitos acabam vítimas de si mesmos. E dão de cara com o endividamento e o grave risco de ter o nome sujo.

Uma pesquisa nacional encomendada pela Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) concluiu que o nível da educação financeira da população brasileira é muito baixo. Três em cada dez consumidores declararam pagar apenas o valor mínimo da fatura do cartão de crédito quando a situação aperta.

A consequência disso é o aumento da inadimplência. No mês passado, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio, 23,7% das famílias brasileiras tinham dívidas e contas em atraso, enquanto o número daqueles que declararam não ter condições de pagar as dívidas alcançava 8,1%. O recurso primeiro e mais eficaz para enfrentar essa situação é, certamente, a educação financeira. Existe já muita informação sobre o tema na internet, nas livrarias e bibliotecas. O próprio governo federal lançou uma estratégia nacional de educação financeira, por meio da qual estão sendo desenvolvidos projetos para aperfeiçoar a compreensão dos consumidores sobre conceitos e produtos financeiros.

            Porém, mais que os governos, são as famílias que ainda têm um papel fundamental de educar os filhos para gerir bem o dinheiro.  A pesquisa da Bovespa mostrou alguns aspectos positivos: 69% dos entrevistados fazem planilha para acompanhar os gastos da família e 66% guardam os comprovantes de suas compras. Aquilo que parece um hábito, pode servir de lição diária para crianças e jovens escaparem das armadilhas do endividamento.

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