De quem é a culpa?

"Para mudar o mundo, comece mudando a si". Esta frase pode ser paralisante ou transformadora. Depende do interlocutor. O fato é que ela exige que saiamos da posição de meros críticos do sistema e de como as coisas estão e comecemos a agir. Agir no que é possível. No que está em nossas mãos.

Quando temos crianças próximas, sempre buscamos mostrar para elas o que é certo. Começamos falando: "não jogue o lixo na rua, não bata no colega, estude", e por aí vai. Mas às vezes não nos damos conta de que além de falar, precisamos mostrar, dar exemplos de como fazer. Isso pressupõe ler um livro, ou o jornal, ou uma revista sem que seja uma obrigação; se policiar para na falta de uma lixeira andar alguns metros a mais com o papel da bala na mão (ou no bolso); tratar as pessoas com respeito, independentemente se são legais ou não.

São as atitudes que mudam o mundo. Mas isso dá muito mais trabalho. Se queremos dar o exemplo, temos que agir com retidão. Ser o exemplo. Quando falamos, precisamos ter cuidado para não sermos levianos. Apontar os erros é fácil, mas saber o que gerou aquele erro e contribuir para que ele não ocorra mais, demora mais tempo, demanda energia. E mais: nos torna responsáveis pelo próximo resultado.

Não estou dizendo que a partir de agora o ideal é que ninguém fale. O exercício de opinar é muito importante. Mas a opinião costuma ser bastante diferente se procuramos nos colocar no lugar do outro. Às vezes começar é difícil, mas vencido o esforço inicial, depois que o movimento começa, nossa perspectiva muda. E a energia também. E buscamos encontrar em nós mesmos e em nossas ações a forma de mudar o nosso mundo, com as nossas imperfeições e com as consequências que isso pode gerar. 

MEDCOR Exames Cardiológicos
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