Alerj poderá doar recursos para UFRJ investir na pesquisa de fertilizantes

Presidente do Parlamento também irá apresentar projeto de lei para cria o Plano Estadual de Fertilizantes

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado André Ceciliano (PT), vai analisar com os deputados da Casa a possibilidade de doar R$ 30 milhões para a implementação do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com objetivo de desenvolver pesquisas sobre a produção de fertilizantes.

Os recursos virão da economia do orçamento próprio da Alerj. Ceciliano informou ainda que vai apresentar, na próxima terça-feira (29/03), um projeto de lei que cria o Plano Estadual de Fertilizantes.

“Atualmente, o País importa cerca de 85% dos fertilizantes utilizado aqui. Essa é uma janela de oportunidade para o Rio investir em tecnologia e produção nesse setor. Temos no nosso estado grandes e renomadas universidades, temos vontade de fazer acontecer e também matéria-prima. Um conjunto difícil de reunir. Muitos países não têm matéria-prima, eles transformam. Nós já temos. Brasil é o maior exportador de milho no mundo e só perdemos na produção para os Estados Unidos e a China.Vou levar aos 70 deputados a proposta dessa doação. Não acredito que teremos objeções. O recurso doado será fruto dos R$ 500 milhões economizados pela Casa anualmente”, afirmou o presidente, durante reunião do Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Rio, na quarta-feira (23/03).

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Parque Tecnológico

O valor estipulado para a criação do parque tecnológico de fertilizantes foi calculado por uma empresa de engenharia contratada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações (Sedeeri), para avaliar o custo da reforma de um prédio desativado no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ).

Na audiência, o secretário de Desenvolvimento, Vinícius Farah, ainda antecipou que o governo está criando um grupo de trabalho para estudar os investimentos nesse setor. “O Rio ter um centro tecnológico específico para fertilizantes é fundamental. Se conseguirmos essa doação do Parlamento, vamos transformar o que hoje é um passivo em um grande ativo para o estado. Já solicitei ao presidente Ceciliano a indicação de um parlamentar para fazer parte deste grupo de trabalho”, complementou Farah.

O diretor-executivo do Parque Tecnológico da UFRJ, Vicente Ferreira, acrescentou que será fundamental revitalizar o prédio. “Vamos aumentar a capacidade da nossa produtividade. Deixo garantido que vamos ajudar no que for possível. Entendemos a importância desse setor no estado”, garantiu Ferreira.

Para o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária(Embrapa), José Carlos Polidoro, o Rio tem o maior ecossistema de inovação favorável para a aplicação dessa tecnologia. “Temos universidades, a Faperj e o parque tecnológico da UFRJ. No País, teremos hubbs que vão nos conectar com todas as regiões. Por isso, essa é uma grande oportunidade para o Rio”, afirmou.

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Mão de obra qualificada

Para o presidente do Conselho Regional de Química do Rio, Rafael Almada, o estado conta com uma mão de obra qualificada e com potencial para investir em fertilizantes orgânicos, uma tendência mundial, segundo ele. “Temos uma forte formação no estado desses profissionais. Dos 216 mil químicos formados no país, 26 mil estão no Rio. Além disso, todas as formações da área química podem ajudar na construção dessa política, principalmente os fertilizantes orgânicos, que têm crescido muito. Temos um papel essencial nessa produção”, disse.

Plano Nacional

Aproveitar o lançamento do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), divulgado pelo Governo Federal, para reduzir a dependência do Brasil das importações de fertilizantes e impulsionar o Rio, também foi sugerido na reunião. “O plano traz uma série de medidas visando ao aumento da produção até 2050 e o estado fluminense tem muito para crescer com esses investimentos. Usar a UFRJ para que essa dependência diminua é muito inteligente. Lembrando que os investimentos para esse setor são altos e a maturação leva entre dois a três anos”, concluiu o diretor de Projetos Estratégicos da União, Bruno Caligari.

Também estiveram na reunião os deputados Luiz Paulo (PSD) e a deputada Célia Jordão (PL).

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