Incentivo ao emprego

Já vigora em algumas cidades brasileiras, especialmente em capitais, nova regra para o seguro desemprego, precisamente para o trabalhador que pedir o benefício pela terceira vez, em 10 anos. Ele receberá o auxílio, mas terá de fazer um curso de qualificação, habilitado pelo Ministério da Educação.

Essa preocupação com a qualificação do trabalhador desempregado é muito importante, pois, além de deixá-lo habilitado para voltar a procurar um posto no mercado de trabalho, contribui para sua permanência no novo emprego.

A manutenção do emprego é assunto que não pode sair da órbita dos formuladores de políticas públicas, principalmente considerando que a ascensão do trabalhador que saiu da pobreza para a classe média é um legado que não pode ser perdido. É importante para a economia e fundamental para estabilidade social do País.

Embora dados recentes do IBGE indiquem que a parcela da população empregada permaneceu estável em junho, não podemos descuidar, porque vimos a preocupação causada pelas notícias de contração na produção industrial do País, fenômeno que, se agravado, pode aumentar a taxa de desemprego.

Atentos ao problema, estamos estudando, na SAE, entre outras propostas, a viabilidade de mudanças no abono salarial, pago uma vez por ano ao trabalhador que recebe até dois salários mínimos. A ideia é transformar o pagamento em parcelas mensais, depositadas na conta do trabalhador. Com essa medida, ele não esperaria o prazo de mais de um ano para receber o benefício.

O sistema pode ajudar no combate à alta rotatividade no mercado, incentivando o trabalhador a permanecer no emprego e ofertando ao empregador um funcionário mais motivado. Além disso, não haveria sobra de recursos do abono, já que muitos empregados, por desconhecimento, deixam de buscá-lo. No exercício 2010/2011, por exemplo, 817 mil benefícios não foram sacados.

Incrementando as políticas em andamento e estudando novas propostas como essa, contribuiremos para preservação da grande conquista dos trabalhadores que ingressarem na classe média brasileira, impedindo que eles retornem à condição de pobreza anterior.