O bom hábito de ler

Vi uma pesquisa, recentemente, mostrando que as crianças e os adolescentes brasileiros estão lendo menos livros. A queda no índice de leitura era apontada em todas as faixas etárias de cinco a 17 anos. Pode até não ser uma redução muito grande, mas causa preocupação ver, por exemplo, que a média de leitura entre os adolescentes de 14 a 17 anos caiu de 6,6 livros, em 2007, para 5,9 no ano passado. Na faixa de cinco a 10 anos, enquanto em 2007 a média era de 6,9 livros por criança, em 2011 caiu para 5,4.

A verdade é que o brasileiro, em geral, está lendo menos. No caso dos mais jovens o fato chama mais atenção porque sabe-se da importância de o hábito da leitura ser desenvolvido logo cedo. Principalmente diante da forte concorrência dos celulares, dos tablets, dos iPhones e da internet. É fácil encontrar um jovem com uma dessas ferramentas, mas raramente o vemos com um livro nas mãos - não incluídos aí os livros didáticos.

É certo que não podemos impedir nossas crianças, adolescentes e jovens de estarem integrados à era digital. Pelo contrário, são conquistas do mundo moderno que devem ser absorvidas por todos nós. Mas, como ficam a busca do conhecimento e o prazer que a leitura proporciona? Ainda cabe mencionar o fato de que o hábito de ler melhora a capacidade e a velocidade de leitura, contribui para aumentar o vocabulário e aprimora a escrita, além de estimular a imaginação, a inovação e a capacidade empreendedora Ainda há os ganhos culturais, tão falados, de grande ajuda na vida profissional.

Especialistas dizem que a pouca atração dos jovens pela leitura decorre da falta de incentivo da família e, muitas vezes, das escolas. Assim resta a esperança de que os resultados das pesquisas possam alertar os pais, assim como chamar a atenção das autoridades para a necessidade de políticas públicas que despertem nas crianças, desde cedo, o interesse pelos livros, a exemplo do que estamos desenvolvendo na SAE, com a Fundação Ecofuturo, para formulação de um programa de estímulo à leitura.