Para além dos muros

Um grande desafio dos governos é conseguir estabelecer redes. Redes que cruzem a ação do seu staff com as iniciativas de entidades da sociedade civil organizada, com as universidades e com a própria iniciativa privada e possa produzir um banco de dados das ações que estão sendo empreendidas para evitar duplicidade de esforços. Entrave para muitas coisas, esta dificuldade na minha opinião apenas reflete um costume típico do brasileiro que é o de trabalhar sozinho.

 

Talvez por não conseguir enxergar os benefícios do trabalho em conjunto, o brasileiro quando tem que começar alguma coisa se lança, faz, sem olhar a sua volta. E aqueles que procuram fazer diferente esbarram numa outra dificuldade: a informação não está disponível. Por isso a necessidade da rede. Temos que criar no país um costume de compartilhar experiências e conhecer os modelos.

Talvez a experiência das redes sociais seja um primeiro passo para transformar esta nossa característica. Nelas costumamos falar de nós e pedir ajuda quando o calo aperta. E o desafio de ouvir esta voz que se organiza de certa forma na rede pode se tornar uma grande oportunidade para os governos entenderem mais do cidadão que eles estão formando.

O mais interessante disso tudo é que da mesma forma que as tecnologias avançam numa rapidez extraordinária, também os comportamentos passam a ser foco de transformação e de grandes revoluções. Oxalá que isso ocorra para o bem, e que possamos assistir e ter acesso aos grandes benefícios da informação compartilhada e da experiência conjunta.