Vereadores de Caxias denunciam arbitrariedades do presidente

Banco de ImagensA sessão da Câmara de Duque de Caxias na última quinta-feira, dia 17, revelou a insatisfação de alguns vereadores com as atitudes que vem sendo tomadas pelo presidente da Casa, Dalmar Lìrio de Almeida, o Mazinho (PSDB). Desta vez, o assunto em pauta foi a negativa da cessão do Plenário para a solenidade de posse do ex-vereador e ex-deputado Marcos Figueiredo, que assumiu a Secretaria de Habitação do município. O pedido não foi autorizado, mesmo sendo feito por uma comissão de vereadores. Com isso, a posse acabou sendo feita a céu aberto, na Praça Governador Roberto Silveira. O vereador Evangivaldo Santos Soares, o Grande, também do PSDB e que cumpre o primeiro mandato, foi o primeiro a ocupar a tribuna para questionar a presidência do Legislativo.

- A Câmara parece que tem um ou dois donos, que fazem o que querem. Eu, porém, não vou abaixar a cabeça para ninguém - discursou Grande, sob aplausos das galerias, ao mesmo tempo que explicou que entrou para a política “com mãos limpas e que vai sair da mesma forma”. Ao concluir o discurso, disse: “Se cara feia fizesse mal, eu não tinha nascido. Quando coloquei a cara de fora, tinham empurrado de volta”.

O segundo parlamentar a usar a Tribuna para se queixar da presidência do Legislativo foi Josemar Padilha, do PPS. Ele disse estar “envergonhado” com a atitude em não receber o novo Secretário. “A Casa deve ser democrática mas na verdade está se tornando uma ditadura”, disparou Padilha, dizendo apoiar o colega Grande. Padilha terminou sua fala denunciando que algumas mensagens do Prefeito Zito, voltadas para vários benefícios para o município, estão há muito tempo paradas na Câmara, aguardando votação. Segundo o vereador Cláudio César Rodrigues Pereira, o Tato, presidente da Comissão de Constituição e Justiça, isso está ocorrendo uma vez que algumas mensagens dependem de informações complementares do Poder Executivo.

Grande diz que homenagem a vereador preso não constou da ‘ordem do dia’

Falando ao Capital, o vereador Grande, que preside a Comissão de Obras e Serviços Públicos, garantiu que a Câmara não discutiu, em nenhum momento, a votação da Resolução nº 2342, promulgada no dia 27 de dezembro de 2010, que outorgou o Título Honorário Benemérito da Comunidade ao vereador Jonas Gonçalves da Silva, o Jonas É Nós, preso seis dias antes sob acusação de vários crimes, conforme publicou em primeira mão o Capital, notícia esta que ressoou como uma verdadeira bomba nos meios políticos da Baixada.

- A homenagem ao vereador Jonas, pelo qual tenho respeito, não estava na ordem do dia - informou Grande, que acrescentou: “A Câmara não pode ser responsabilizada por isso. Não votamos tal homenagem e, logo que tomei conhecimento do assunto, pedi explicações ao presidente e ficou provado que nada havia sido discutido. Por isso, a homenagem foi derrubada”.

O vereador lamentou a falta de uma participação maior dos moradores nos trabalhos e sessões do Legislativo, para acompanhar de perto as iniciativas dos vereadores. Afirmou que seriedade e honestidade são virtudes. ”A imagem da Câmara tem que ser preservada, nós, vereadores, não podemos dar as costas para os eleitores - disse Grande, ao assinalar que “a política não deve ser usada para benefícios pessoais e sim para levar conquistas para a população”.

Disse ainda que antes de chegar à Câmara, eleito que foi em 2008, fechou o estabelecimento comercial que tinha para ter “dedicação exclusiva ao mandato”. “Não adianta ficar apenas na palavra, que faz isso, faz aquilo. Temos que ter atitude, isso faz a diferença. Temos que mostrar ao povo que somos mesmo seu porta-voz”, concluiu grande.