Argentina impõe restrições à compra de moedas estrangeiras

O governo argentino reforçou nesta segunda-feira (28) os mecanismos de controle de câmbio, que vinha implementando desde novembro do ano passado, para evitar a fuga de divisas estrangeiras no país. A partir de hoje, o argentino que quiser comprar dólares, euros, reais ou qualquer outra moeda, para viajar ao exterior, terá que pedir autorização à Receita Federal da Argentina, conhecida como Afip. Para isso, ele deverá informar o destino, a data da viagem e o motivo. Caso contrário, a única opção será comprar divisas no mercado paralelo - o chamado “dólar blue” - pagando 32% a mais e correndo o risco de ir preso.

O governo impôs os primeiros limites à compra de dólares e de qualquer moeda estrangeira, por parte de pessoas físicas, em novembro passado. Os argentinos que quisessem fazer uma operação de câmbio teriam que pedir autorização prévia à Afip e demonstrar que tinham suficientes pesos declarados para trocar. “O governo queria evitar a fuga de capitais. Em 2011, US$ 11 bilhões saíram do país”, explicou à Agência Brasil o economista Fausto Spotorno. Segundo Spotorno, a saída de dólares tornou-se preocupante porque o saldo das transações correntes da Argentina (tudo que o país arrecada e gasta) vem diminuindo, tendo reduzido de US$ 11 bilhões em 2009 para US$ 4 bilhões em 2010 e apenas US$ 17 milhões no ano passado.

Além de limitar a venda de divisas estrangeiras às pessoas físicas, o governo também proibiu a utilização de cartões de débito de bancos argentinos no exterior. Quem tiver conta em pesos, na Argentina, não pode usar seu cartão de débito para sacar reais no Brasil, por exemplo. A mais nova restrição entrou em vigor nesta segunda-feira e afetou, principalmente, as agências de viagens que vendem pacotes ao exterior.