Cautela no trânsito

O trânsito nos grandes centros urbanos tem sido motivo de dor de cabeça para os motoristas. A longa espera – ou a circulação lenta dos carros – causa danos ao carro e traz reflexos significativos para os motoristas. O estresse provoca o desgaste físico e, como consequência, algumas doenças surgem. Os sintomas podem começar com a irritação e levar o condutor a apresentar problemas psíquicos. Em alguns casos, esses transtornos resultam em agressões e até morte durante brigas de trânsito.

E esse cenário não deve mudar tão rapidamente, graças ao tamanho da frota no País. Atualmente, com pouco mais de 40 milhões de veículos em circulação, as cidades brasileiras parecem estar saturadas. Isso faz surgir gargalos nas vias, e os congestionamentos são frequentes, especialmente nas grandes regiões metropolitanas, como São Paulo e Rio de Janeiro, onde a cada dia quebra-se o recorde de quilômetros de engarrafamentos.

Infelizmente, a tendência é que o problema se agrave em consequência do crescimento da indústria automotiva, que somente no ano passado colocou no mercado cerca de 5,2 milhões de veículos. Com mais gente andando de carro próprio, a alternativa viável para quem pretende se livrar dos perigos das vias seriam os meios de transporte coletivos. Ocorre que em alguns dos grandes centros urbanos eles sequer conseguem atender à demanda da população.

Enquanto uma solução não vem, motoristas precisam buscar novos caminhos que possam atenuar os problemas. O transporte solidário parece uma boa alternativa para os que têm horário de trabalho regular. Para quem reside perto do trabalho, o uso da bicicleta pode tornar o deslocamento mais tranquilo e mais saudável, com a ressalva de que todo cuidado é pouco, porque as nossas cidades ainda não se adaptaram à bicicleta.

Quem não conta com uma saída imediata, pode ao menos adotar postura mais tranquila no trânsito. Vale lembrar um verso conhecido do poeta Carlos Drummond de Andrade quando diz que a dor é, muitas vezes, inevitável, mas que o sofrimento é opcional. Entrar em discussão no trânsito, por exemplo, é uma escolha arriscada. O melhor é pensar duas, três, várias vezes e lembrar que mais importante que as pessoas com quem se divide a via, são aquelas com quem se divide a vida e que esperam sempre sua chegada.

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