Qualidade na Educação

A notícia de que a elite brasileira, se comparada a de outros países, também fica atrás no exame do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) revela uma barreira cultural, que precisa ser trabalhada. Não conseguimos, enquanto povo, definir o que é qualidade na Educação. E isso se reflete na baixa compreensão que nossos jovens tem a respeito do que leem e veem.  O exame divulgado na semana passada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que compara o aprendizado de jovens de 15 anos de idade em 65 países em testes de matemática, leitura e ciências, apontou que os resultados entre os 25% de maior nível socioeconômico faria o Brasil figurar apenas na 57ª entre 65 países. 

 Nos debates do Fórum temos observado que a Educação de fato é um gargalo, mas dados como o divulgado pela OCDE se cruzados com outros resultados de pesquisas recentes levantam outros fatores, como a própria visão do brasileiro a respeito da Educação. E ajudam a construir bases mais concretas para análise. Na próxima sexta-feira, a Rede de Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro (Redetec), o Sebrae e o Fórum vão reunir especialistas no tema para o debate sobre as demandas das empresas em relação à educação. O objetivo é construir documentos que possam balizar políticas públicas que ajudem a darmos o salto necessário.

Há tempos estamos vendo a distância que vem se abrindo entre os jovens e o mercado de trabalho. Quanto mais profunda a fenda, mais oportunidades vão sendo deixadas no caminho, e a concorrência se acirra. Foi-se o tempo dos mercados fechados. Agora nossos concorrentes são os chineses, os coreanos, povos que há muito já perceberam a importância de investir na Educação e realizaram a grande revolução.

Nós de fato não estamos conseguindo construir uma nação que entenda a importância do aprendizado para a melhoria da qualidade de vida. E se não ajustarmos o olhar e as velas rapidamente, dificilmente os ventos que sopram nos ajudarão.