"Operação capa-preta" prende vereadores acusados de chefiarem milícias em Caxias

Chiquinho Grandão (PTB) e Jonas é Nós (PPS) exercem mandatos na Câmara de Duque de Caxias e são acusados pela polícia de vários crimes (foto: reprodução)Duzentos agentes participam de uma mega-operação em Duque de Caxias, chamada de “Capa Preta”, organizada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO/IE) e que conta com a participação de  várias especializadas. Eles cumprem 34 mandados de prisão e 54 de busca e apreensão.

Dois vereadores da cidade - Jonas Gonçalves da Silva (Jonas é Nós) e Sebastião Ferreira da Silva (Chiquinho Grandão) - foram presos em suas residências logo no início da operação.Os dois são acusados de chefiar milicia nos bairros Gramacho, São Bento, Lote XV, Parque Fluminense, Parque Muisa, Pantanal, Vila Rosário e Parque Suécia, coordenando grupos de extermínio, centrais clandestinas de TV a cabo e controle do transporte de vans na região, entre outros crimes.

Na casa de Jonas é Nós,na Vila Sarapuí, os policiais, além do vereador, prenderam ainda seu filho Johnatan Luiz Gonçalves da Silva, o "Petão", que ingressou na Polícia Militar recentemente. Outro filho de Jonas, o ex-PM Eder Fábio Gonçalves da Silva, o "Fabinho é Nós", foi detido em sua residência, próxima à casa do pai. Outro preso foi identificado como Daniel Seabra Ferreira, o Daniel do Lava-Jato. Com ele, os policiais apreenderam duas pistolas 9mm, quatro carregadores, dois aparelhos de rádio e um cinto da Polícia Militar.

CRIMES - Segundo o delegado Cláudio Ferraz, responsável pela operação, entre os procurados estão também 13 policiais militares, cinco ex-PMs, um comissário da Polícia Civil, um fuzileiro naval e um sargento do Exército. Eles respondem pela pratica sistemática de crimes como extorsão, esbulho possessório, homicídios, tortura e ameaças.

A Polícia Civil chegou à quadrilha após  seis meses de investigação. Elas foram feitas pela DRACO/IE e demonstram que os investigados compõem uma milícia em vários bairros da cidade desde meados de 2007. A quadrilha, segundo a polícia, exigia de moradores e comerciantes o pagamento de taxas de proteção. Eles também monopolizam a venda de cestas básicas, realizam a venda de armas de fogo para criminosos - inclusive para traficantes do Complexo do Alemão-; e praticam tráfico de influência. Além disso, o grupo é acusado de agiotagem, esbulho de propriedades e parcelamento irregular do solo urbano. Eles ainda exploram a distribuição ilícita de sinal de TV a cabo e internet, vendem combustíveis de origem suspeita, botijões de gás de cozinha (GLP), e controlam a prestação de serviços de transporte coletivo alternativo (vans e moto-taxis) e o uso de caça-níqueis e outros jogos de azar.

Ainda de acordo com a polícia, as ações da quadrilha são cruéis e envolvem a prática de homicídios coletivos, ocultação e destruição de cadáveres, torturas, lesões corporais graves, extorsões, ameaças, constrangimentos ilegais e injúrias.

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